Lá fui eu, como manda a tradição, com a espiga típica do dia de hoje, a caminho do trabalho.
Comprei-a, como tem sido hà já uns anos, à saída da estação de Sete Rios. Encontro sempre algum(a) castiço(a) a quem pago pelo raminho da sorte... E os de hoje estavam bonitos. (Sim, "os" porque trago sempre um raminho extra para a casa da minha mãe, à qual desejo sempre o mesmo que à minha)
De acordo com a tradição, lá a ponho pendurada em casa, atrás da porta da cozinha, como uma espécie de benção ao lar, onde supostamente não deverá faltar comida, amor, saúde e paz.
Realmente, e ao longo destes anos, tem sido assim. Só não posso garantir que seja da espiga :o)
Não me considero religiosa, tenho a minha fé - sem dúvida - mas gosto de algumas tradições. Desta em particular, porque sinto-me bem em zelar pela minha casa, pelo meu lar, pelo meu canto.
As várias plantas que compõem a espiga têm um valor simbólico profano e um valor religioso. Crê-se que esta celebração tenha origem nas antigas tradições pagãs e esteja ligada à tradição dos Maios e das Maias.
O dia da espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam". Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais. Em dias de trovoadas queimava-se um pouco da espiga no fogo da lareira para afastar os raios.
A simbologia por detrás das plantas que formam o ramo de espiga:
Espiga – pão;
Malmequer – ouro e prata;
Papoila – amor e vida;
Oliveira – azeite e paz;
Videira – vinho e alegria e
Alecrim – saúde e força.
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