saudades dos meus avós...

E não é que já se passaram 23 anos desde que cheguei a Portugal?

Balanço:
Feliz por cá ter vindo parar.
Triste por nunca lá ter voltado.

Sinto que uma grande parte me falta.
Os meus avós, tios, primos...
A maior pena que tenho é a de não saber se volto algum dia a ver os meus avós.
Se o meu avô ainda me vai dar um beijo nos olhos, se me vai dar a bênção antes de eu ir dormir, se ainda me vou aninhar no colo dele enqanto recebo carinhos e espero o sono chegar.
Ou ainda vou comer o cuzcuz com ovo que a minha avózinha faz. Se vou sentir o abraço dela com um conforto que só ela dá, se vou rir das brincadeiras de alguém que sem saber nada do que se aprende na escola tem uma cultura de vida qe merecia um livro...
É esse o meu maior medo.

E mais do que tudo, tenho uma certeza que me entristece bastante.
A de saber que, quando os meus avós já não mais cá estiverem, deixa de haver a ligação entre mim e o resto da família. Os primos, os tios, passam a ser pessoas que não vejo há tantos anos que não sinto sequer que os conheça... É a diferença, porque nestes 23 anos ainda tive 2 vezes os meus avós comigo. Mas nunca mais estive com o resto da família.
Saí de lá com 8 anos. Cresço aqui, com uma cultura e valores completamente diferentes da que lá ficou. Eles, por sua vez criam-se com os valores e cultura de lá.
O que temos em comum? Um amor e respeito imensos pelas duas pessoas que são tão, mas tão importantes para nós... Henrique e Maria.

Isto não era para ser assim, mas foi saindo e pronto...
Já lá vai.