17/05/11

(Supostamente)

Ia num passo acelerado mas sem destino aparente. Ela sabia que não podia chegar e bater à porta assim. A cara latejava pela dor física que aquela agressão lhe causava. Mas o que mais a feria era a dor de dentro, a dor do coração, a dor de quem se deixou mais uma vez apanhar pela fúria sem razão.
Ele tinha dito da ultima vez que aquela era a últma vez.
Abraçou-a sem ferir, voltando a ser quem ela queria que ele fosse.
E ela acreditou.
Até que agora, mais uma vez e sem razão aparente, ela sentiu a sua suposta viririlidade.

Onde é que se deu a curva?
Onde é que, naquela história, a personagem mudou o rumo e descarrilou para um alguém que não lhe era nada mas de quem se tornava cada vez mais difícil libertar-se?

Sentou-se num banco. A noite estava fria. As mão geladas aliviavam o ardor na face ruborizada. E a dor de dentro, que mão iria aliviar?
Deixou-se ficar até perder a sensação de dormência.
A seguir, e depois de se recompor, ia visitar a filha a casa. Como era suposto. Sem deixar nenhuma ponta solta, dentro da sua suposta e normal felicidade.

3 comentários:

  1. é incrível como estas coisas ainda acontecem hoje em dia...

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  2. cortou-me a respiração..todas as palavras foram como facadas para mim..

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  3. a decisão tem que ser dela, não vale a pena forçar nem insistir, tem que ser ela a ter a força para se libertar

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