12/03/13

"bom dia"

A minha mãe ensinou-me a fazer o bem sem olhar a quem.
Na semana passada, ao entrar no prédio, dei os bons dias à funcionária da câmara, que vejo de segunda a sábado a limpar a rua.
Faça chuva ou faça sol, a "Bela" (nome pintado no caixote com rodas que a acompanha todos os dias) está aqui, na rua, dá a volta, limpa tudo, apanha o lixo, sempre concentrada no seu mundo. Não olha à volta, limita-se a fazer o seu trabalho e segue caminho, como todos os dias.

No outro dia de manhã, voltei a casa para buscar o lanche que ficou esquecido e a D. Bela estava sentada na entrada, naquilo que seria a sua pausa da manhã, a lanchar um pão.
Disse-lhe bom dia, acompanhado de um sorriso.
Levantou a cabeça e sorriu. Os olhos expressavam um "bom dia", acompanhado de um ar terno e agradecido pela troca de palavras.

E assim, fiz o bem, sem olhar a quem.
Se a senhora ficou contente? Aho que sim. Mas acima de tudo... eu fiquei contente de lhe dar um bom dia, depois de taaantos dias a vê-la passar, antes das 8 da manhã, na rua. Com o chapeu de chuva aberto, ou de chapeu de palha na cabeça. Ganhei o dia.


1 comentário:

  1. Também tenho uns desses senhores da Câmara a quem dou sempre o bom dia. Quando comecei a fazê-lo estranhou mas depois começou a responder-me também! Sem nunca falar (deve ser paquistanês ou coisa assim, se calhar não fala português) mas com um sorriso! Sabe bem! Agora não o tenho visto, os meus horários sao outros...

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