19/03/13

mais um 19/3...

É estranho ter tido um pai quando já não era suposto ter; e depois deixar de ter quando estava habituada.
Mais estranho é ouvir "a partir de hoje, quando te ver na rua, vou atravessar a estrada". É estranho que alguém, por não valorizar a relação humana, rompa tão facilmente com a relação familiar.
Ainda assim, foste um grande pai para mim. De um modo como acho que não chegaste a ser para nenhum dos teus filhos biológicos.
Agradeço o carinho que me deste, a formação que me incutiste, as regras que me impuseste. Para dizer a verdade, acho que exerceste a paternidade no seu expoente máximo quando te orgulhavas dos meus sucessos, me punias nas minhas desobediências, me corrigias nos meus erros.

Seguramente, digo que perdeste mais que ganhaste com a tua decisão.
Quando deixaste de ser meu pai, deixaste também de ser avô, de ter uma vida tão preenchida, de ter mais um apoio que te valeu em algumas -não direi muitas- alturas.
A vida seguiu, e nos primeiros Domingos senti falta de almoçar contigo. Senti falta de te telefonar para saber como tinhas passado a noite. Ou de guardar pataniscas para ti por saber que gostavas tanto.

Felizmente a vida segue. E as feridas, por mais abertas e profundas que sejam, saram. Por mais tempo que isso demore.

Que o dia de hoje seja um Feliz dia do Pai, para ti.

1 comentário:

  1. amiga...o importante é um dia, sim porque a vida dá muitas voltas, sabermos perdoar, pode parecer cliché mas é verdade. Muitos Abraços

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