A Saudade é o maior dominante.
Saudade da minha mãe mesmo ali à mão de semear.
Saudade de ver a minha irmã fazer-se numa mulherzinha e apoia-la mais de perto.
Saudade de estar disponivel para mimar e ajudar na "missão chicó".
Saudade dos amigos. Amigos a sério, daqueles que frequentavam a nossa casa todas as semanas e que agora só vemos 4 vezes/ano (se tanto!).
Saudades dos colegas. De chegar ao trabalho e perder 10 minutos só na galhofa e boa disposição. De almoçar com as minha gajinhas, deitar conversa fora e ter conversas sem sentido.
Mas não trocava. Não trocava porque recebi muito de bom desta nova vida.
Pessoalmente, tenho mais tempo para mim, para hobbies, até para não fazer nada!
Profissionalmente, tenho mais autonomia e, consequentemente, mais confiança.
Os meus filhos crescem num ambiente mais rural e mais calmo.
Tenho mais tempo e disposição para me dedicar ao meu amor.
Foi uma grande mudança, talvez a maior mudança que alguma vez a minha vida pudesse vir a sofrer.
Mas só dei este passo porque me senti apoiada, amparada pelo meu bem maior. A felicidade que no inicio era só dele agora é nossa.
Tenho aprendido a lidar com a saudade, a sugar cada minuto que tenho com quem me faz falta e armazenar tudo delas. E depois guardo-as em mim por muito tempo, até voltar a vê-las.
E tirando a saudade - basicamente das pessoas- tem sido muito bom.
Por isso, o balanço é positivo. Muito positivo.
Um ano volvido, é esta a conclusão.
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